Cuidados com a água acumulada em recipientes e limpeza de ralos e piscinas são algumas das orientações a serem relembradas neste sábado (18/11), Dia Nacional de Combate à Dengue, celebrado sempre no terceiro sábado de novembro. Além da conscientização, a data marca as ações realizadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) ao longo deste ano para o combate ao mosquito Aedes aegypti.
O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), da SES-RJ, compõe o Centro de Inteligência em Saúde (CIS), e faz o acompanhamento em tempo real da situação de diversas doenças, como arboviroses (dengue, zika e chikungunya, febre amarela, tuberculose, febre maculosa e gripe aviária), entre outras.
O subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da SES-RJ, Mário Sérgio Ribeiro, destaca também a importância da participação da população para evitar o aumento de casos da doença, principalmente, durante as estações mais quentes, como o verão.
“O período de calor pode ajudar no processo de proliferação do Aedes aegypti, que é o mosquito que transmite a dengue, a zika e a chikungunya, porque nesse período a reprodução tem influência das altas temperaturas. As pesquisas mostram que as temperaturas ideais estão na faixa de 28 a 32 graus, mas é um ser vivo que se adapta facilmente a mudanças. As pessoas que têm o hábito de armazenar água em baldes, barris, caixas d’água no chão, devem ter mais cuidado. Esses criadouros precisam estar protegidos, bem fechados, tampados. O Aedes aegypti pode se desenvolver da fase de ovo até a fase de mosquito em apenas 7 dias. Uma fêmea pode colocar centenas de ovos durante sua vida. Ou seja, em 7 dias, se a pessoa não tiver esse cuidado, podem nascer 100 mosquitos da dengue na sua casa", alerta.
Luciane Velasque, superintendente de Informação Estratégica em Vigilância e Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), destaca o panorama atual da doença. “Dentro do nosso painel de arboviroses temos o diagrama de controle, que é uma ferramenta que permite avaliar como a gente está em 2023 em relação a uma série histórica de 10 anos. Além de estarmos acima do que é esperado para o momento, há uma tendência de aumento. Quando a gente olha pelas nove regiões do estado, a que mais chama a atenção e se destaca em aumento de casos é a região litorânea”, enfatiza.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) já pôs em prática seu Plano Estadual de Contingência, com as chamadas Câmaras Técnicas, que são reuniões com representantes dos municípios para tratar do momento atual, projeções e planejamento de combate à dengue e outras arboviroses. A SES-RJ também vem garantindo itens para estruturação de centros de hidratação em municípios que manifestarem a necessidade de apoio do estado diante de cenário de epidemia e tem realizado a apresentação do cenário das arboviroses mensalmente nas reuniões com os secretários de saúde dos municípios.
Para o monitoramento da infestação do Aedes aegypti no estado do Rio de Janeiro, a SES-RJ, seguindo a orientação do MS, apoiou os municípios na realização de quatro edições obrigatórias dos Levantamentos de Índice Rápido do Aedes aegypti – LIRAa, a partir de 2018, nos meses de fevereiro, maio, agosto e outubro, como preconizado pelo Programa Nacional de Controle da Dengue.
Números da dengue
De janeiro deste ano até o momento, foram registrados no Estado do Rio de Janeiro 41. 354 casos de dengue prováveis em todo o estado, dos quais 21. 754 foram confirmados em exames laboratoriais, com 23 óbitos, no total. Apenas em outubro, houve 2.286 casos; em novembro, até agora, são 582. O maior número absoluto de casos prováveis é observado na Capital e na região Noroeste Fluminense. A SES-RJ esclarece que, apesar de haver um aumento significativo do número de casos prováveis de dengue no estado do Rio de Janeiro em 2023, não há, no momento, epidemia de dengue em nenhum dos 92 municípios do estado.