Com o tema "Na luta contra a tuberculose, juntos somos mais!", a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) lançou a campanha contra a doença no último dia 24, Dia Mundial da Luta contra a Tuberculose. Para chamar a atenção para a data, o Governo do Estado iluminou o monumento ao Cristo Redentor, o Palácio Guanabara e unidades de saúde na cor vermelha, que simboliza o movimento mundial contra a doença. Além disso, um evento no Hotel Windsor Guanabara, no Centro, reuniu profissionais de saúde dos municípios, gestores, sociedade civil e outros parceiros, com objetivo de mobilizar esses atores na luta contra a tuberculose, mostrar as iniciativas que estão sendo feitas no estado e o atual cenário epidemiológico.
Durante o encontro, foram lançadas quatro publicações sobre o tema: “Cartilha de perguntas e respostas para educadores comunitários”, o “Boletim Epidemiológico da Tuberculose 2022”, o "Boletim da Tuberculose na População em Situação de Rua" e o “Guia para Controle de Tuberculose em Instituições de Acolhimento para População em Situação de Rua”, essa última publicação pioneira sobre o tema no país. Os materiais integram uma série de realizações voltadas ao controle da doença no estado do Rio e são parte integrante do Plano Estadual de Combate à Tuberculose (2021-2025). No evento, a equipe da Gerência de Tuberculose da SES/RJ fez uma abordagem histórica sobre a luta pelo controle da tuberculose através dos tempos.
- É uma prioridade da Secretaria de Estado de Saúde realizar todas as medidas possíveis para reduzir o número de casos no Rio de Janeiro. Para isso, firmamos um convênio com a Organização Pan-americana de Saúde para o enfrentamento à tuberculose no dia a dia das pessoas e reduzir o número de casos da doença no nosso estado. As ações também são voltadas às pessoas que estão no sistema prisional - disse o secretário de Estado de Saúde, Dr. Luizinho.
A mesa de abertura foi composta por Miguel Aragón, coordenador da Área Técnica de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS); Cláudia Mello, subsecretária de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SUBVAPS); e Juliana Reiche, representante do Fórum de Tuberculose do Rio de Janeiro. Todos reforçaram a importância do enfrentamento à doença.
- O Rio de Janeiro é o segundo estado do país com a maior taxa de incidência de casos de tuberculose. Por isso, temos o dever de ser pioneiros na construção de estratégias eficazes que sirvam de modelo para outros estados, como é o caso do Plano Estadual de Controle e Eliminação da Tuberculose – frisou Cláudia Mello.
O representante da Organização Pan-Americana destacou a parceria técnica com a pasta.
- A tuberculose é uma doença que apresenta diversas variantes, como aspectos sociais, ambientais e econômicos, o que torna a sua eliminação difícil. Contudo, o sistema de saúde possui ferramentas eficazes para isso. O projeto da Secretaria de Estado de Saúde é grandioso, e a OPAS oferece apoio técnico para melhorar e fortalecer as ações realizadas pela rede de Atenção Primária à Saúde – disse Miguel Aragón.
Juliana Reiche reforçou a importância do papel da sociedade civil nesta luta.
Após a mesa de abertura, Regina Zuim, médica da Gerência de Tuberculose do Estado do Rio, apresentou um panorama sobre a história e a luta contra a tuberculose no Brasil e no mundo, finalizando com uma homenagem a Noel Rosa, vítima da doença com apenas 26 anos de idade, em 1937. Em seguida, a enfermeira Marneili Martins, gerente de Tuberculose da SES-RJ, abordou as ações de enfrentamento à tuberculose realizadas no estado e as conquistas nos municípios a partir do projeto em parceria com a OPAS e o Ministério da Saúde, com recursos foram destinados pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
A assistente social da Gerência de Tuberculose Maíra Guazzi deu continuidade ao evento, apresentando materiais técnicos e educativos produzidos e publicados pela SES-RJ.
Ações de enfrentamento
Com objetivo de controlar a doença, em 2021, foi lançado o Plano Estadual de Controle e Eliminação da Tuberculose (2021-2025). A meta central é garantir um conjunto de medidas que permita reduzir a incidência e a mortalidade por tuberculose no estado. Em 2022, o governo do estado repassou R$ 19,5 milhões aos 92 municípios do estado para custear a alimentação de pessoas em tratamento de tuberculose.
Desde agosto, agentes da SES-RJ estão trabalhando na capacitação de 16 equipes de saúde (compostas por enfermeiro, assistente social e sanitaristas) que fazem o acompanhamento de toda a linha de cuidado (trajetória do doente para ser atendido e curado) nos 16 municípios considerados prioritários: Belford Roxo, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo e São João de Meriti. Essas cidades concentram 86% dos casos da doença. Além desses, por terem unidades prisionais, também são prioritários Itaperuna, Resende e Volta Redonda.
As ações de controle previstas no Plano Estadual fazem parte de um Termo de Cooperação firmado entre a SES-RJ, o Ministério da Saúde e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), que destina R $196 milhões para serem aplicados no combate à doença durante os próximos cinco anos. Esses recursos foram destinados pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Em 2022, a SES-RJ repassou R$56 milhões, dos quais R$30 milhões são destinados à implementação de programas de segurança alimentar para os pacientes em tratamento.
Números da tuberculose
No estado do Rio de Janeiro, em 2021, foram notificados 16.099 casos de tuberculose de todas as formas e, desses, 12.986 casos novos da doença, com 867, óbitos. Esses dois principais indicadores epidemiológicos associados à diminuição das taxas de cura e à crescente interrupção de tratamento, mostram o grande desafio no controle da doença no estado.
Guia para Controle de Tuberculose em Instituições de Acolhimento para População em Situação de Rua
Perguntas e respostas sobre tuberculose